Vicente Fialho
Crônicas da vida
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PALAVRAS NÃO DITAS
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PALAVRAS NÃO DITAS

Espero que a mensagem seja acolhida por você, caro leitor.

      Na serenidade da noite do dia 7 de junho, à 1 hora da manhã, Aureliano se encontra em um dos cômodos da casa. Seu olhar meticuloso percorre o ambiente, absorvendo cada detalhe: o genuflexório, a ornamentação vermelha, as velas acesas que emitem um brilho suave no ostensório, os tapetes que decoram o chão, tudo mergulhado em um silêncio que acalma a alma.
      De repente, uma voz quebra a quietude:
— Olá, tudo bem?
      A voz carrega uma mistura de ansiedade e conforto, aguardando ansiosamente pelo encontro. Não é uma voz estranha.
      Com a convicção de quem conhece bem o interlocutor, Aureliano responde prontamente:
— Sinto a tua falta. Por muitas vezes, na tua ausência, me sinto só. Te procurei em todos os lugares. Enviei mensagens, mas... parecia que não eram visualizadas, sei lá.
      Ele se contém, evitando criar expectativas. Mesmo ciente da distância, consegue ver e ouvir, sempre sabendo que é protegido e desejado pelo outro.
      Assim, Aureliano permanece conectado. Acredita que nunca houve desavença entre eles, não é verdade? O respeito e a admiração são imensos. Sempre fez e continua fazendo tudo pelo outro, sem duvidar: é amor sincero, sem limites.
      Mas não é apenas isso... Aureliano gostaria de fazer um pedido:
— Que eu seja simplesmente feliz contigo, mesmo à distância. Que nossos encontros sejam para celebrar as maravilhas que sempre me deste, que reconheço como verdadeiros presentes.
      Para concluir, Aureliano responde à pergunta inicial:
— Sim, está tudo bem.
      Foi nesse instante que ele compreendeu: durante todo esse tempo, estava dialogando com o Criador.

Vicente Fialho
Enviado por Vicente Fialho em 08/06/2024
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