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PONTE DE PAPEL
Hoje quero falar com vocês sobre
PONTE DE PAPEL
Espero que a mensagem seja acolhida por você, caro leitor.
Nos tempos idos, distantes do lar familiar, em busca de novos horizontes, o contato era mantido por meio de cartas. Este ritual sagrado, um elo que permanecia intacto apesar da distância, era carregado de uma magia própria. Os envelopes, cheios de palavras ternas e sentimentos profundos, levavam as melhores mensagens de alegria para toda a família. Como em muitas casas, a cena se repetia. Quando o envelope era finalmente aberto, o leitor, cercado pelos seus, lia em voz alta, enquanto todos escutavam atentos. A voz ressoava pelo ambiente, cada palavra era absorvida com avidez; cada linha, uma ponte que ligava corações separados pela geografia. Era um momento sublime, onde saudade e alegria se entrelaçavam em perfeita harmonia.
Pensar em quantas cidades e povoados aquele envelope passou até alcançar seu destino é fascinante. Quantas mãos o seguraram, quantos olhares curiosos o acompanharam em sua jornada? Imaginar essas trajetórias reforça a conexão humana em cada etapa do caminho. Acredita-se que nós, humanos, somos como esses envelopes. Somos portadores de mensagens belas, carregadas de amor, esperança e significado para as pessoas que nos acolhem. Independentemente do lugar para onde somos enviados, levaremos palavras e sentimentos. Não somos enviados a lugares vazios, mas carregados de sonhos, esperanças e belas mensagens. Assim, cada destino se torna uma nova oportunidade para tocar vidas e ser tocado.
Cada encontro, cada despedida, cada momento compartilhado é uma mensagem que trocamos, um pedaço de nós que oferecemos e recebemos. E assim, seguimos nossa jornada, como envelopes de memórias, enriquecidos pelas experiências e histórias que colecionamos ao longo do caminho. Somos todos portadores de pedaços de vida que, unidos, constroem a ponte que nos conecta.
Vicente Fialho
Enviado por Vicente Fialho em 27/07/2024
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