Vicente Fialho
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A RIQUEZA DE UM GESTO
   Hoje quero falar com vocês sobre

   A RIQUEZA DE UM GESTO

   Espero que a mensagem seja acolhida por você, caro leitor.

   Era um domingo preguiçoso de outono, por volta das 15h30. O sol, tímido, se escondia atrás das nuvens, lançando uma luz suave e dourada sobre a cidade. Desci para tomar um lanche, sentindo a brisa leve e o cheiro acolhedor de café no ar, como um abraço quente em um dia frio. Enquanto eu me acomodava no refeitório, uma família entrou no local. O casal, de mãos dadas, acompanhava duas crianças, uma menina de cerca de oito anos e um menino, um pouco mais velho, com seus onze.
   Ao me avistarem, os pequenos pararam, trocaram um olhar cúmplice e, com um brilho inocente nos olhos, juntaram as mãos em sinal de respeito. Aproximaram-se de mim e, com o mesmo som, disseram: "Benção, tio."
   Aquele gesto, tão simples e ao mesmo tempo tão profundo, ressoou em minha alma como uma melodia antiga e familiar. Fiquei ali, imóvel por um instante, sentindo uma onda de nostalgia me envolver, como se fosse um cobertor de memórias. As palavras da minha mãe ecoaram na minha mente como um mantra antigo: "Toda criança deve pedir a bênção aos mais velhos. Toda criança deve respeitar os mais velhos. E nunca deve passar no meio de dois adultos enquanto conversam."
   Aquele comportamento, tão raro nos dias de hoje, me fez refletir sobre a importância do respeito e da educação que recebemos em casa. As crianças, com suas atitudes, revelavam a origem de um berço bem cuidado, onde os valores são semeados com carinho e atenção, como sementes preciosas em um jardim de amor.
   Os gestos de respeito, longe de diminuir alguém, engrandecem tanto quem os pratica quanto quem os recebe. Eles são um reflexo da grandeza do lar onde fomos criados, um espelho da alma que molda nossas ações. E, naquele momento, percebi que a simplicidade de um "Benção, tio" pode carregar a beleza de um mundo onde o respeito e o amor ainda florescem, mesmo nas coisas mais singelas, como flores que desabrocham silenciosamente ao amanhecer.

Vicente Fialho
Enviado por Vicente Fialho em 04/08/2024
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